Mulheres já nascem com o gene da coragem, quem duvida?
Quando foi mesmo que nos transformamos em super-mulheres? Não sei. Aliás, eu sei sim, foi quando decidimos que somente uma ruptura enorme mudaria os padrões de dominação masculina de séculos e séculos. Ser mulher pressupõe ser uma guerreira dotada de poderes extraordinários.
Fala-se muito em liberdade feminina e em fazer tudo que der na telha, até aí ok, mas experimente comunicar que não quer ter filhos ou se casar e pronto, as pessoas até lamentam e fazem o possível para entender o que deu em você. A gente vive passando por isso e até acha normal, porque faz parte da nossa vida sermos julgadas a cada passo que damos.
Quando a mulher escolhe ser mãe e se casar, não muda muito. Ela tem que segurar tudo. A coragem que hoje ostentamos acabou mudando a visão de muitos homens, ainda bem, e hoje eles entendem que precisam mudar junto com a gente para todo mundo ser mais feliz. Isso mudou apenas para uma parte dos homens, alguns ainda estão perdidos entre 1940 e 1960.
Não vejo problema em ser como sua mãe e avó, contanto que elas tenham sido felizes e donas de suas vidas. Parece simples. Mas não é, e nunca será. E olhem, que eu nem comentei sobre o assédio sexual diário, esse desconforto com o qual convivemos de forma tão corriqueira e que vai ficando banal. Não falei do aumento dos estupros, do medo de andar na rua à noite, e da existência sofrida e desumanas de mulheres em outros países, do Oriente, por exemplo.
Não consigo deixar de associar as mulheres com heroínas. Aceito provas do contrário, se alguém tiver.
Que 2015 seja mais gentil com as mulheres.